domingo, 25 de maio de 2008

Teoria Cognitiva

Até à década de 20 a psicologia no que respeita ao desenvolvimento cognitivo, era dominada por duas teorias bastante diferentes entre si.
Uma, nomeadamente o gestaltismo, partia na defesa de que o cérebro continha estruturas inatas, determinando assim o modo como o sujeito interpreta o mundo e as suas aprendizagens. Oposta a esta surgia o behaviorismo que partia do princípio que só é possível o conhecimento através de estímulos alcançados no meio ambiente.
Contudo, surge uma teoria nova e bastante curiosa fundada por Piaget, teoria esta que se iria situar num ponto extremo entre as outras duas já existentes.
Para a construção desta teoria Jean Piaget baseou-se na observação cuidadosa dos seus filhos e também de muitas outras crianças, concluindo que na maioria dos casos as crianças não possuem a mesma forma de pensar dos adultos normais.
É uma teoria que se desenvolve por etapas, que Piaget designa por estádios de desenvolvimento e que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças todas elas ordenadas e previsíveis ao longo da vida.
Segundo o autor, a teoria cognitiva é dividida em quatro etapas, ou estádios de desenvolvimento cognitivo no ser humano, sendo elas, sensoriomotor, pré-operatório, operações concretas e estádio das operações formais.
Primeiramente surge o estádio sensoriomotor, que tem uma duração desde o nascimento até aos dois anos de idade, nesta fase o sujeito não possui raciocínio lógico, usufruindo assim do controlo motor para actuar sobre os objectos que o cercam. É classificada como uma fase onde permanece principalmente a inteligência prática pois o indivíduo não desfruta de qualquer tipo de linguagem nem capacidade de elaborar representações mentais de objectos.
As principais características observáveis podem ser por exemplo, acções que ocorrem antes do pensamento e até a imitação.
Seguidamente a este temos o estádio pré-operatório, que ocorre na fase pré-escolar e pode ir dos 2 aos 6 anos de idade.
A principal conquista que o individuo faz é o aparecimento da função simbólica, ou seja, a sua capacidade de poder representar mentalmente objectos ou acontecimentos que ocorrem fora do presente e as suas principais características observáveis podem ser por exemplo a inteligência simbólica, na medida em que o sujeito pode interpretar uma faca, como sendo um telemóvel ou um avião, e também o pensamento intuitivo, em que o sujeito responde a uma determinada pergunta baseando-se na sua aparência, ou seja funciona como um pensamento apoiado apenas em dados sensoriais.
Na terceira fase, que corresponde ao estádio das operações concretas e que tem uma duração dos 7 aos 11 anos de idade, a criança começa a lidar com conceitos abstractos, desenvolvendo assim um pensamento lógico que o permite solucionar problemas concretos.
Finalmente e para termo de conclusão, deparamo-nos com o último estádio e que consequentemente é o ultimo da teoria.
Esta fase é desenvolvida a partir dos 12 anos de idade e caracteriza-se pelo aparecimento de uma nova forma de pensar, em que a criança adquire um raciocínio lógico e sistemático podendo assim partir para a resolução de problemas sem qualquer tipo de apoio em objectos ou situações concretas. O indivíduo pensa abstractamente, formula e também verifica hipóteses, ou seja, é possuidor do raciocínio hipotético dedutivo.

Bibliografia:
Manual da disciplina de psicologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_cognitiva#Sens.C3.B3rio-motor
http://www.centrorefeducacional.com.br/piaget.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget#Teoria

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