“ Têm 14, 15 anos. Já não são crianças, ainda não são adultos. Há neles «um profano desejo de crescer». Libertos da redoma sagrada da infância, reféns de um ciclo lento, esperam. Que o ciclo se cumpra. Que a maioridade chegue, para se verem livres dos constrangimentos da adolescência. Para se verem livres. Mas crescer é para eles (como para os pais, a braços com novos desafios parentais) um processo longo. Um caminho feito de etapas e que se faz caminhando.”
In Notícias magazine, Fev 2008
Crescer é o processo mais difícil que o ser humano tem de passar. Não é apenas o corpo que muda, obriga-nos a constantes adaptações e ajustamentos, como o nosso interior acompanha essas mudanças.
A adolescência é uma das etapas mais temidas pelos pais, sendo esta talvez, a mais difícil de todas as idades. Mas como se poderá definir um adolescente se este já não é criança, mas ainda também não é adulto; se já não faz parte da «programação» dos mais novos, mas ainda não há lugar no mundo dos mais velhos; se já não se admitem atitudes infantis, mas já se pedem responsabilidades de gente crescida?!
Afinal onde se insere o adolescente e como se deve comportar?! A sensação de que não pertence a nenhum lado faz com que esta idade, as inseguranças e as irredutíveis certezas atormentem-no.
“ Ser do contra”, como se costuma dizer, é algo que define o adolescente. É uma forma de se afirmar perante os adultos. Para não fazer o jogo dos adultos, para questioná-los, frequentemente agindo por oposição a eles. Apesar de teoricamente sabermos que os confrontos são inevitáveis, saudáveis e até desejáveis, pois a vivência de conflitos correspondem, geralmente, a processos de desenvolvimento psicológico, tornando-nos mais capazes de responder de forma mais adaptada à situação que vivemos. O confronto é gerador de mudança, que é o fundamento da evolução e do desenvolvimento social. É uma das manifestações das interacções sociais.
Mas sendo a adolescência um período tão “problemático”, em que o sujeito vive um turbilhão de sentimentos contraditórios que acompanha a silenciosa revolução das hormonas, será a melhor altura para este escolher a área profissional que pretende, principalmente na passagem para o ensino secundário? Não será levado em erro, pelo excesso de emoções e sonhos, não sendo realista e optar pela decisão menos favorável para este? Não será demasiada responsabilidade para um adolescente, que dizem não ser adulto para certas coisas, mas depois exigem deste responsabilidade, consciência e bom-senso para escolher já o seu futuro?
Mas enfim, a adolescência também tem o seu lado positivo. A adolescência é também a maravilhosa idade de todas as experiências e de todas as paixões. Por isso, a devemos aproveitar ao máximo, porque apesar de ser difícil e complicada, é uma das melhores fases se soubermos lidar com as mudanças, e encará-la de forma positiva. É preciso compreende-la.
Fontes:
- in Noticias magazine, Fev. 2008
- in Noticias magazine, Abril 2008
- Monteiro, Manuela Matos e Ferreira, Pedro Tavares – Ser Humano, 12º ano 1ª parte
domingo, 11 de maio de 2008
Crescer é difícil...
Publicada por DM à(s) 17:08
Autores 12.º B Lucie da Costa Ribeiro
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