domingo, 18 de maio de 2008

Do amor ao ódio, do romance à tragédia

O número de crimes passionais tem aumentado de forma escandalosa e dramática, tornando-se cada vez mais alvo dos focos dos media, que trazem para os meios de divulgação, casos verídicos de uma realidade monstruosa, onde prevalece uma concepção errada do “Amor” e de tudo o que envolve este sentimento.
Os crimes passionais definem-se como sendo aqueles em que um individuo mata a pessoa que ama, resultando frequentemente num suicídio, pois o pensamento deste é que, se ela não é dele ele mata-a, mas também se mata a si próprio porque não suporta viver sem a pessoa amada.
Uma das questões que se coloca é qual a motivação do indivíduo, ou seja, o que o leva a agir de determinada forma. Regra geral, os motivos são os ciúmes, o sentimento de posse e controlo, a vários níveis, que o homem/mulher têm em relação à pessoa que amam.
Mas será isto amor? Quem ama mata?
Quem ama não mata. Se mata é porque tem problemas psíquicos, qualquer patologia, ou então encontra-se num estado depressivo muito grave. Contudo, existe um conjunto de indícios que podem prever comportamentos agressivos e possíveis distúrbios, aos quais devemos estar atentos, nomeadamente o controlo excessivo por parte do indivíduo, bem como a imposição de restrições.
De salientar que a violência doméstica pode também desencadear os crimes passionais. A violência doméstica caracteriza-se por três etapas, funcionando como um, ciclo, inicialmente a tensão começa a subir, de seguida há uma eclosão (ex.: espancamento), e por fim o individuo que maltrata o outro pede perdão e mostra arrependimento pelo sucedido, dizendo que não voltará a acontecer, sendo que este está realmente convicto de que vai mudar e não irá voltar a fazer sofrer a/o companheira/o.
Dá-se então a chamada fase “Lua de Mel”, que tem como características o bem estar e o bom relacionamento entre o casal, que na realidade está comprometido até surgir a próxima discussão, e ser despoletado novamente o ciclo de violência. Após sucessivos ciclos, alguns sujeitos atingem o seu limite e vêem como única solução a morte do cônjuge.
Estatisticamente o que se verifica é que existe uma maior percentagem de homens que matam a mulher e se suicidam de seguida, ao contrário das mulheres que geralmente põem termo única e exclusivamente à sua própria vida.
A sociedade também tem grande influência neste fenómeno, pois é fomentada a ideia que o homem tem um poder muitíssimo grande sobre a mulher, e que esta tem que ser submissa ao homem. Culturalmente, a defesa da honra do homem tem grande relevo, incutindo nestes a ideia de que quando traídos são capazes e podem fazer tudo.
No entanto, tal não se verifica apenas em Portugal, visto que nos vários continentes do mundo, esta é uma realidade crescente e avassaladora. O nosso acesso a esta realidade é feita através dos media, sendo estes uma entidade que não permite que este tipo de fenómenos se silencie.
Paralelamente, existem várias tentativas para colmatar este facto, nomeadamente a igualdade entre homens e mulheres.

Bibliografia:

MONTEIRO Manuela, SANTOS Milice Ribeiro, 1.ª parte, Psicologia A 12.º ano, Porto Editora

MONTEIRO Manuela Matos, FERREIRA Pedro Tavares, 1.ª parte, Psicologia B 12.º ano, Porto Editora

HETZER Hildegard, Psicologia pedagógica

BUHLER Charlotte, A psicologia na vida do nosso tempo

Reportagem da SIC, “Aqui e Agora”, dia 15-05-08

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande trabalho...
Também vi essa reportagem...
foi algo que também me fez reflectir sobre esse fenómeno e me fze pesquisar sobre o assunto..
Adorei a tua reflexão sobre o tema...

Anónimo disse...

grand trabalho miuda...
levas um jeito pa estas coisas..
Gostava de ver mais cenas tuas neste blog...
Fico à espera