domingo, 11 de maio de 2008

Eu sou eu...

A identidade "é um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, do modo de agir e de pensar e da história pessoal".
Assim podemos definir identidade como sendo um conjunto de características próprias e exclusivas de uma determinada pessoa. Este conceito, está ligado às actividades da pessoa, à sua história de vida, ao seu futuro, sonhos, fantasias… características da personalidade relativas ao indivíduo. Ela permite que o indivíduo se apreenda como um sujeito único, tomando posse da sua realidade individual e, portanto, consciência de si mesmo.
Identificar os próprios gostos e preferências, conhecer habilidades e limites, reconhecer-se como um indivíduo único, no meio de tantos outros igualmente únicos. Esse processo de auto conhecimento, que tem início quando nascemos e só termina no final da vida, é influenciado pela cultura, pelas pessoas com as quais convivemos... A escola, tem assim, um papel fundamental na construção da identidade e da autonomia de cada aluno. Na creche é importante passar por todas estas etapas de construção de um ser individual e original. Todos os adultos que trabalham numa creche exercem um papel marcante nesse processo, pois eles desempenham um papel estimulador e facilitador nessa longa caminhada.
Praticamente todas as descobertas e brincadeiras feitas nos três primeiros anos de vida estão relacionadas com a construção da identidade e da autonomia. Os bebés querem saber o que é cada coisa e para isso usam todos os sentidos. O brincar é sempre um momento de descoberta. "Nessa fase do desenvolvimento, todos os objectos manipulados são, para a criança, uma extensão de si mesma." Nesta interacção, as crianças procuram entender o mundo que as rodeia.
Assim, identidade não é só o que a pessoa aparenta, ela agrupa várias concepções como a noção de permanência, de pontos que não mudam com o tempo. Algumas destas características inalteráveis são o nome da pessoa, parentescos, nacionalidade, impressão digital e outras coisas que permitem a distinção de uma unidade, um ser único. A identidade depende da diferenciação que fazemos entre o eu e o outro. Passamos a ser alguém quando descobrimos o outro porque, desta forma, adquirimos maneiras de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um.
Um ponto importante a ser considerado é que fazemos parte de diversas organizações e, portanto, a nossa acção é subdividida de acordo com as nossas interacções em sociedade com os outros. Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos, o de aluno, filho, amigo, irmão, e uma coisa não inclui necessariamente a outra. Cada actividade toma então, uma forma a partir de um personagem, que temos nas diversas situações das nossas vidas.
Quando te olhas ao espelho vês uma forma, um ser que objectivamente é diferente (diferente no sentido da configuração que temos, rosto, corpo…) de todos os outros devido ao património genético. Porém, embora reconhecível (fisicamente), não é conhecido na sua totalidade, pois só nós próprios nos podemos identificar no sentido subjectivo, “eu sou eu, diferente de todos os outros”.
Cada um é então o seu interior, é uma viagem de memórias criadas, e em processamento ao longo de cada dia, é um círculo de emoções e de sentimentos, é um ser que não sendo tudo é aquilo que faz, pensa, sente, sonha...
Cada um com a sua história de vida cheia de significados e mistérios… No fundo somos todos iguais, mas tão diferentes… A identidade é um guia no conhecimento de nós, é uma marca, uma pegada no caminho de quem tentar desvendar o que realmente cada um é, foi e será… E tu?! Já analisa-te com certeza o teu B.I mas nada te significa apenas que é um cartão, um alicerce que te identifica… No fundo… quem és tu?!

Bibliografia:

• MONTEIRO, Manuela e FERREIRA, Pedro. Ser Humano. 2ª Ed. Vol. 2. Porto Editora, 2006.
http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=589
• MONTEIRO, Manuela; SANTOS, Milice Ribeiro, Psicologia 12º ano, Porto
Editora, 2001

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