domingo, 25 de maio de 2008

Como nos tornamos humanos?

O processo de tornar-se humano passa pela caracterização de factores como a cultura que é criada pelos seres humanos mas que, as mesmo tempo, nos torna humanos, é tudo o que resulta da actividade humana.
Segundo Edward B. Tylor, cultura é uma totalidade, um todo. Mais do que uma soma de crenças, artefactos, valores, regras e costumes, a cultura é uma totalidade onde se conjugam estes diversos elementos materiais e simbólicos: as crenças, as teorias, as construções e objectos, os valores, as leis e normas, as artes, os costumes.
A cultura é um elemento inescapável do ambiente de qualquer pessoa, pelo que, ao longo da vida, se traduz em múltiplas e variadas consequências na forma como cada um pensa, sente e se comporta. Para além de produtos da cultura, somos também os seus produtores.
A cultura varia no tempo e no espaço, varia com as épocas e momentos históricos, assim como varia de lugar para lugar, pelo que não há nunca uma única cultura, mas múltiplas culturas.
Outro dos factores é o padrão cultural. Existem diferentes padrões culturais devido à necessidade que os diferentes povos têm de se adaptar ao meio envolvente. A cultura de cada comunidade ou grupo social especifica, portanto, formas particulares e padronizadas de ser e de viver. Ao conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores comuns aos membros de uma determinada cultura dá-se o nome de padrão cultural.
Os padrões culturais desempenham um importante papel no enquadramento da construção de significados em muitos domínios da vida social.
Cada padrão cultural muda permanentemente, não só pela acção criadora, produtora de cultura, de cada um dos seus membros, mas também através do contacto com outras culturas, com elementos culturais até aí estranhos.
Seguidamente, temos a aculturação que diz respeito ao conjunto dos fenómenos resultantes do contacto contínuo entre grupos de indivíduos pertencentes a diferentes culturas, assim como as mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos que decorrem desse contacto. É importante sublinhar que a aculturação é um fenómeno que leva a mudanças culturais, quer as culturas sejam maioritárias, quer sejam minoritárias. Tanto umas como outras têm permanentemente que reagir e adaptar-se àquilo que de novo as desafia.
Finalmente, temos a socialização que é o processo através do qual cada um de nós aprende e interioriza os padrões de comportamento, as normas, as práticas e os valores da comunidade em que se insere.
O conceito de socialização está dividido em dois tipos: a primária que é responsável pelas aprendizagens mais básicas da vida comum. Traduz-se na aprendizagem dos comportamentos considerados adequados e reconhecidos como formas de pensar, sentir, fazer e exprimir próprias de um determinado grupo social; e secundária que ocorre sempre que a pessoa tem de se adaptar e integrar em situações sociais específicas novas para o indivíduo. Ao longo de toda a vida das pessoas, diferentes acontecimentos, diferentes contextos, diferentes tipos de relações, implicam intensificações no processo contínuo de socialização, isto é, a adaptação dos novos contextos socioculturais e experiências de vida que neles surgem.


Livro de Psicologia B, 12º ano, Ser Humano, 1ªParte, Porto Editora

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