domingo, 4 de maio de 2008

Sonhos


Sonhar é um fenómeno tão natural da nossa mente que já estamos inteiramente familiarizados com ele. Quando adormecemos somos transportados para um mundo íntimo, só nosso, onde, por vezes, temos dificuldade em distingui-lo da realidade. O nosso cérebro consegue aceder a informações e imagens que julgávamos já estarem esquecidas, ou, ainda, criar situações novas reveladoras de uma imaginação que nós mesmos desconhecíamos. Já tem acontecido, por exemplo, ficarmos surpresos, durante algum tempo (e depois de despertos), com o que conseguimos criar durante o sono e a forma como esses sonhos fazem sentido na nossa vida.
Em Interpretação dos Sonhos, o austríaco Sigmund Freud tenta explicar esta temática, defendendo que, ao contrário do que aquilo que se pensou, os sonhos não são fenómenos bíblicos, mas algo que deriva do nosso interior. “Sonhar é uma linguagem simbólica, pela qual se manifesta o nosso inconsciente, é quase que um porão da mente onde habitam fantasmas psíquicos, como conflitos não resolvidos e desejos reprimidos, que acabam por influenciar os nossos comportamentos.”, afirma Eduardo Szklarz. É através dos sonhos que “digerimos”, em parte, os acontecimentos vividos durante o dia, constituindo uma espécie de feedback das nossas experiências.
O facto da capacidade de sonhar e o modo como ela se processa ser tão intrigante, tem suscitado o aparecimento de estudos, teses e experiências vindas de diversos ramos da ciência, da psicologia e da neurologia, comprovando-se, realmente, a teoria do “pai da psicanálise”, Freud. Em 1989, na Universidade de Rockfeller, pôde-se concluir, através da observação dos cérebros dos ratos, que os neurónios activados durante o dia, continuavam em funcionamento durante a noite, sendo explicada, então, por que razão temos tendência para sonhar com o que nos é mais significativo ou marcante e com aquilo em que pensamos mais frequentemente. É claro que, enquanto sonhamos, a nossa mente vai mais além e acaba por distorcer os factos, associando-os a outros cujos contextos são completamente opostos. Crê-se, portanto, que os sonhos são “a chave para o auto conhecimento humano”, permitindo-nos manter o equilíbrio psicológico e, de certa maneira, tomar consciência das nossas verdadeiras necessidades e ambições.
O acto de sonhar não é tão banal como pensamos, por isso é tão importante reflectir sobre ele e sobre as nossas acções, sobre o que nos faz sentir realizados e sobre o que nos atormenta. A mente é, sem dúvida, algo poderoso e extraordinário que o ser humano tem o privilégio de conseguir moldar. Usem-na em benefício de um bem comum!


Fonte:

http://super.abril.com.br/superarquivo/2001/conteudo_119579.shtml
http://super.abril.com.br/revista/240a/materia_especial_261563.shtml?pagina=1
http://www.pxpoa.blogger.com.br/sonho.jpg




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