A adolescência é uma época da vida humana marcada por profundas transformações fisiológicas, psicológicas, pulsionais, afectivas, intelectuais e sociais vivenciadas num determinado contexto cultural.
Mais do que uma fase, a adolescência é um processo dinâmico de passagem entre a infância e a idade adulta.
Uma das dificuldades do conceito de adolescência advém da delimitação etária deste período, pois existem diferenças entre sexos, etnias, meios geográficos, condições socioeconómicas e culturais.
Além disso, no mesmo meio, encontramos grandes variabilidades de indivíduo para indivíduo: há puberdades muito precoces, outras são muito tardias. Por outro lado, uma mesma pessoa tem diferentes ritmos de maturação.
Se se pode afirmar que a adolescência começa com a puberdade, já não é tão fácil dizer quando termina. Então, é importante revelar que a adolescência se define pela negativa: o adolescente já não é criança e ainda não é adulto.
A puberdade muda o corpo, a mente e os afectos da criança. Os adolescentes entram numa nova fase existencial, banhados por novas pulsões, novas sensibilidades, novas capacidades cognitivas, novas dificuldades nos seus pontos de referência.
A adolescência é um espaço/tempo onde os jovens através de momentos de maturação diversificados fazem um trabalho de reintegração do seu passado e das suas ligações infantis, numa nova unidade. Esta reelaboração deverá dar capacidades para optar por valores, fazer a sua orientação sexual, escolher o caminho profissional, integrar-se socialmente. Este processo de crescimento faz-se também com retrocessos, este crescer faz-se sozinho, com o melhor amigo, com e contra os pais, com os outros adolescentes e com os outros adultos.
A ambivalência da adolescência relaciona-se com as transformações globais que ocorrem no indivíduo e que tornam este nível etário de difícil compreensão: pelos outros e pelos próprios. Coabitam, nesta fase, desejos ambivalentes de crescer e de regredir, de se sentir ainda criança e já adulto, de autonomia e de dependência, de ligação ao passado e de vontade de se projectar no futuro.
Para muitos autores, o mal-estar sentido pelos jovens, na sociedade actual, tem a ver com a indefinição do seu estatuto social.
No entanto, a adolescência não é obrigatoriamente uma fase perturbada, dado que grande parte dos problemas são ultrapassados.
Em suma, a adolescência começa com as transformações pubertárias e termina com a construção de uma autonomia e identidade, de elaboração de projectos de vida e inserção social.
Ao terminar a adolescência, o jovem tem o sentimento de individualidade e compreende o seu papel activo na orientação da sua vida aceitando compromissos: ele cumpriu determinadas tarefas como a afirmação da identidade pessoal, sexual e psicossocial bem como a interiorização de normas sociais e a aquisição de uma autonomia (a maioridade que contribui para datar o fim desta etapa da vida).
- Livro “Psicologia”, Manuela Monteiro e Milice Ribeiro dos Santos, Porto Editora.
domingo, 4 de maio de 2008
Adolescência
Publicada por DM à(s) 14:44
Autores 12. F Carina
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