domingo, 25 de maio de 2008

Alunos ansiosos

Consideras-te uma pessoa ansiosa? Sentes que os teus resultados escolares não correspondem aos teus conhecimentos? Qual é a razão que contribui para aumentar a tua ansiedade?
Meus amigos, posso-vos dizer que estamos todos no mesmo barco. Depois de um inquérito feito aos estudantes da nossa escola sobre a ansiedade, pudemos concluir que estamos todos sob uma forte onda de pressão. São testes para aqui, apresentações para ali, trabalhos para acolá… tudo o que um estudante adora para poder manter o seu nível de ansiedade em alta. No entanto, para além de o estudante já se sentir ansioso face a tanto trabalho para realizar ainda se vê a braços com algumas situações bastante interessantes. Ora é a mãezinha muito orgulhosa que diz “O meu filho vai ser um excelente médico” ou o paizinho que em frente do resto da família continua a fazer questão de dizer que o seu filhote é o melhor e que não pode de maneira alguma descer a média. Já na escola os alunos são confrontados com os discursos bastante apaziguadores dos professores e das gracinhas dos colegas.
Imaginem só:
Acabámos de entrar para a aula de matemática e o professor já vem com aquele ar insatisfeito e com os testes na mão. “Os testes estão muito maus, são os piores resultados de sempre”. A nossa barriga dá uma volta, as nossas mãos começam a suar, sentimos as nossas faces a arder e a nossa respiração torna-se ofegante. E lá ouvimos o nosso nome seguido do “excelente” resultado que tirámos. Quando o nosso professor, gentilmente, vendo a nossa cara de decepção nos diz: “Esperava muito mais de ti!” ou “Estou sempre à espera que dês o salto, mas não foi desta”, ou ainda “Tens de melhorar para o próximo teste se queres manter a média”, ficámos ainda mais desapontados e começámos logo a pensar no estratagema que iremos arranjar para contar aos nossos pais o fracasso. E ainda estamos a imaginar o ar de decepção dos nossos pais ou a lembrar o último sermão “se não tiras boas notas ficas sem o telemóvel”; “já sabes que é importante manteres ou até subires a tua média para entrares na faculdade, não sabes?”, quando, de repente, eis que surge a pergunta mais temida, o nosso coleguinha da frente, sempre muito intrometido e à espera de mais novidades, pergunta inocentemente: “que nota é que tiraste”. Algo parece atravessar-nos de uma ponta à outra, ao dizermos a nota, parece que vamos admitir o fracasso e mal a dizemos, zaragata total: “que nota é que ele tirou?”, “Eiii, foi mesmo má…”, “Olha eu não estudei e quase consegui a mesma nota, agora imagina se tivesse estudado tanto como ele…”. ..
Então, começámos logo a pensar que precisámos mesmo de tirar boa nota no teste seguinte. Em primeiro lugar, isso será importante para nós, pois irá marcar a diferença para conseguirmos uma boa média e entrarmos assim no curso que desejámos e também para não baixarmos a nossa auto-estima, em segundo para mostrarmos ao nosso professor que conseguimos manter a nossa nota e, por fim, para provarmos aos nossos colegas, que de facto falhámos, mas que “não é por morrer uma andorinha que se acaba a primavera!”.
Só que, ao pensarmos em tudo isto, acabámos por ficar cada vez mais nervosos e ansiosos, pelo que o teste volta a correr mal. A pressão acumulada é muita, a matéria é igualmente muita, só o tempo para a realização do teste é que é pouco. O nosso raciocínio falha, os enunciados não são lidos como deve ser, as respostas ficam sem sentido… enfim o cenário está montado para um resultado de terror.
E todas estas reacções porque nos sentimos pressionados a ter boas notas.

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