É muito provável que tenhas descrito afectividade como um comportamento amoroso, atitudes delicadas, bom humor. Ou seja, quando pensamos na palavra afectividade, o que nos ocorre são atitudes e comportamentos que chamamos de positivos. Nunca podemos imaginar como afectividade sentimentos como ódio, raiva, medo. No entanto, a Psicologia informa-nos que a nossa vida afectiva ou a nossa afectividade é o conjunto de todos os nossos sentimentos, emoções, humores, paixões, sejam eles positivos ou negativos.
Assim, a afectividade faz parte de nossa vida psíquica e para estudar o ser humano temos que considerar a importância dos afectos. Muitas vezes programamos uma forma de agir e quando nos deparamos com a situação fazemos tudo completamente diferente. Isto acontece porque os afectos interferem no nosso comportamento. Para algumas teorias, os afectos dão significado aos estímulos do mundo externo. A vida afectiva é composta por dois afectos básicos que são o amor e o ódio e que também estão juntos nas nossas acções e pensamentos. Ao falarmos em afectividade temos que considerar as emoções, que são expressões da vida afectiva e que são acompanhadas de reacções breves do organismo em resposta a um acontecimento inesperado. Quando por exemplo, sentimos medo, a emoção aparece acompanhada de fortes batimentos cardíacos e, por muito tempo, este facto fez com que as pessoas acreditassem que o coração fosse o lugar das emoções. Tremores, risos, choro, lágrimas, expressões faciais, jeito de falar e outras reacções orgânicas também acompanham as emoções. Estas reacções são “descargas” da tensão do organismo emocionado.
Cada cultura tem expressões diferentes para as emoções. Em toda a cultura, além de acontecer uma estimulação para certos tipos de expressão emocional, há a repressão de outras. Em certas culturas os homens por exemplo, são proibidos de chorar, como se o choro fosse um sinal de fraqueza, e as mulheres são mais incentivadas a expressar o que sentem. Estas reacções são aprendidas através do que a cultura selecciona através de normas e regras impostas numa sociedade. Uma mesma reacção pode expressar emoções diferentes e assim, por exemplo, podemos chorar de tristeza ou de alegria. De acordo com as emoções que temos, diante de cada situação, podemos avaliar melhor o que nos acontece. Elas têm uma função adaptativa e também estão ligadas a uma possibilidade de linguagem, na medida em que podemos dizer ao outro o que sentimos, através delas. As emoções podem ser de raiva, medo, vergonha, desprezo, tristeza, alegria, amor, paixão, atracção e outras. Podem ser fortes, fracas, passageiras duradouras e podem mudar com o tempo, fazendo com que uma coisa que nunca nos emocionou passe a nos emocionar. Podemos ou não saber definir que tipo de emoção estamos a sentir em determinadas situações. Perante a nossa história pessoal somos “levados” a sentir determinadas emoções singulares e únicas.
Outra forma de expressão de nossa afectividade são os sentimentos, que são diferentes das emoções por serem mais duradouros, e pelas reacções orgânicas que não são tão intensas. Os sentimentos estão voltados para o nosso interior, são privados, por isso contrariamente as emoções não se podem observar e interpretar. São mais amenos e podem ser a amizade, a ternura e outros. Pode-se dizer por isso que os sentimentos são de cada um, são únicos. Mas como lidar com eles? Como fazer com que uma paixão deixe de incomodar? Como fazer com que a raiva vá embora? Por outras palavras, como será possível dominar os sentimentos? Ou não será possível?
As manifestações da nossa afectividade estão presentes em tudo o que fazemos, pensamos e sentimos. E tu? Olha no teu interior, desvenda os sentimentos que só a ti te pertencem e, emociona-te sempre que o meio assim o desejar, porque no fundo é isso que tu és…
• MONTEIRO, Manuela e FERREIRA, Pedro. Ser Humano. 2ª Ed. Vol. 2. Porto Editora, 2006.
• http://filosofiadaarte.no.sapo.pt/emoc.html
• http://www.lite.fae.unicamp.br/cursos/ep127/emocao.htm
• http://gballone.sites.uol.com.br/afeto.html
Filipa Correia
domingo, 13 de abril de 2008
E tu? O que entendes por afectividade?
Publicada por DM à(s) 19:11
Autores 12.B Filipa Correia
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2 comentários:
O significado da afectividade para as pessoas comuns é realmente algo bom, terno, que apetece receber. Como disses-te a nossa afectidade é composta por duas componentes as emoções e os sentimentos. Ambos são importantes para a nossa adaptação com sucesso na sociedade em que estamos inseridos.
As tuas perguntas são pertinentes, mas se pensares melhor, e concordando contigo que cada cultura expressa de diferente forma as emoções, então consequentemente conseguimos reprimir algumas emoções, tudo depende da cultura que estamos inseridos. Por sua vez, se tivesse de esconder um sentimento bom ou mau, penso que seria capaz, mas não tenho a certeza, pois as emoções são espontâneas e por vezes não as controlar.
Relativamente à questão que colocas “como será possível dominar os sentimentos?” penso que isso depende muito da personalidade de cada um. Há pessoas que exprimem mais os sentimentos do que outras: há pessoas que por muito que tentem esconder, por exemplo, um amor não o conseguem, porque às vezes basta um olhar para nos denunciar… No entanto, eu acho que aquilo que sentimos deve ser aproveitado da melhor forma, devemos desfrutar dos nossos melhores momentos sem nos preocuparmos se estamos a mostrar aos outros o que sentimos…
Muitas pessoas não conseguem entender como é que duas pessoas que terminaram um namoro podem continuar a amar-se durante a eternidade… pois eu acho que isso é possível porque todos os bons momentos vividos em conjunto permanecem na nossa memória, abafando os momentos de sofrimento e tornando tudo mágico…
A vida é feita de pequenos e simples momentos que nos podem marcar para toda a vida, tal como os sentimentos podem permanecer eternamente… =)
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