“Memento” é sem dúvida o filme mais confuso que vi até hoje.
História de um homem em perda — das suas recordações, da sua identidade coloca-nos a nós espectadores nessa experiência de "desertificação" de referências. Estamos condenados, como o protagonista, a rebobinar obsessivamente o filme da nossa memória. Sabemos o que aconteceu e não o que vai acontecer. Começa na última parte e vai retrocedendo até à primeira, o que é um desafio à atenção do espectador e, graças à excelente montagem, o resultado é empolgante e eficaz, além de ser muitíssimo original! E depois há a reviravolta final, completamente imprevisível, deixou-me de boca aberta e ainda mais confusa.
“Memento” torna-se, nesse sentido, num dos trabalhos mais estimulantes sobre a capacidade e o significado da memória de um ser humano e da rotina desse pensamento.
Com a visualização deste filme pude dar-me conta do quão importante é a nossa memória, o quão importante é lembrar-me do que fiz ontem ou o que disse à vinte minutos atrás. Este filme transportou-me para outra realidade, uma realidade marcada pela confusão e igualmente por um sentimento intenso de frustração. Apercebi-me que, a memória assume um papel de grande importância no meu dia-a-dia que até agora não me tinha dado conta. Não podemos viver de uma forma organizada se não tivermos o suporte essencial, a nossa memória.
domingo, 20 de abril de 2008
Memento. Um novo olhar sobre a vida
Publicada por DM à(s) 19:09
Autores 12.B Bruna Silva
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2 comentários:
Concordo contigo Catarina. A nossa memória é a base da nossa vida, sem ela não sabemos quem fomos, quem somos nem quem seremos…e o filme consegue fazer com que essa sensação de confusão (que, certamente estará presente no personagem principal), esteja também presente em nós próprios, transportando-nos para uma nova realidade. Sem dúvida é um filme que causa bastante impacto…e que nos torna conscientes da importância que a memória tem para nós. É estranho, mas apesar de compreendermos a sua relevância no “conjunto harmonioso” do nosso organismo, nem sempre nos damos conta do papel que a memória possui nas nossas vidas…
Bom texto Catarina, simples mas conciso!
Realmente através da visualização deste filme apercebemo-nos do quão as nossas memórias são indispensáveis no nosso quotidiano, eu diria mesmo para a nossa sobrevivência! Pois esta além de ser o património que nos torna únicos é o suporte para viver cada momento de forma especial.
Mas o mais incrível é que o esquecimento é condição essencial para a retenção de novas informações, mas esquecer tudo seria apagar o nosso passado, a nossa história de vida na qual nos baseamos para viver o presente.
Como disse Lenny (protagonista de Memento) o esquecimento "tirou-me a capacidade de viver" e por tal, uma vida sem passado impossibilita-nos de viver o presente na plenitude...
Será que conseguimos sequer viver o presente?! Pois vemo-nos de tal forma "engolidos" por uma montanha-russa de incertezas e frustrações que não conseguimos viver o hoje, pois a nossa busca incessante pelo nosso passado não nos deixa olhar em frente e viver o resto de vida que nos sobra!
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