O filme “Colisão” retrata a história de várias pessoas que vivem em Los Angeles, uma das cidades mais multiculturais do mundo, que irão viver diversas situações de confronto entre os vários segmentos étnicos que lá se podem encontrar e pertencentes a diferentes classes sociais. Este é um filme sobre ódio e amor, reflexão e inconsciência, solidão e companheirismo numa cidade onde reina o preconceito, e que em apenas dois dias os personagens irão todos entrar em “colisão” devido aos conflitos em que se envolvem e isso fá-los examinar os seus próprios preconceitos.
Em todas as sociedades existem estereótipos, estes consistem no conjunto de crenças que nos dá uma imagem simplificada sobre as características de um determinado grupo, são aprendidos no decurso do processo de socialização e correspondem a um processo de categorização social, essencial para que nos possamos adaptar ao meio, e assim dar um sentido ao mundo. Como as relações interpessoais são muito complexas, os estereótipos são uma forma de simplificar a realidade, tornando-as possíveis. Por isso estes têm uma função sociocognitiva. E uma função socioafectiva porque dão um sentimento de identidade social ao grupo que os partilha, reforçando o sentimento do “nós” por oposição aos outros.
O conteúdo dos estereótipos são construções sociais que visam “domesticar o que é estranho” como disse Moscovici, porque ao serem tão simplistas, generalistas e baseados em informações falsas expõe-nos ao imprevisível, e são dificílimos de alterar, acabando mesmo por funcionar como um filtro cognitivo. Exemplo disso, no filme, temos um polícia que ao ouvir um negro dizer que gosta de música country ri-se, pois na sua categorização dos negros, estes não gostam deste género de música.
Os estereótipos, devido à sua simplicidade, estão na origem dos preconceitos, que são uma atitude que envolve um pré-juízo, um pré-julgamento, na maior parte das vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos sociais. Nos preconceitos dominam a função socioafectiva, assumindo frequentemente, posições radicais contra grupos sociais, conduzindo a actos de discriminação.
Um bom exemplo de um preconceito patente no filme, é quando uma personagem ao ver que o serralheiro que está a alterar a fechadura de sua casa é mexicano com tatuagens, julga-o logo como sendo alguém potencialmente perigoso, que não é de todo de confiança.
Na base da discriminação está portanto o preconceito, e designa-se por discriminação o comportamento dirigido aos indivíduos que decorre do preconceito. E podemos observar como um comportamento discriminatório, quando dois personagens vão na rua, e a mulher ao avistar dois negros na sua frente, dá o braço ao marido. Pois esta, com base no seu preconceito para com os negros, assume logo um comportamento condicionado. Outro exemplo bem visível no filme é quando o iraniano vê que a sua loja foi assaltada e vai logo atrás do serralheiro mexicano para o tentar matar, porque pensa que este foi o culpado da situação.
Os conceitos estereótipos, preconceito e discriminação estão relacionados, uma vez que o estereótipo é a uma imagem generalizada sobre um grupo, dado que não existe realidade social, nós temos que objectivar, construir representações sociais sobre aquilo que se passa à nossa volta para facilitar a nossa adaptação social, e é a componente cognitiva do preconceito e este por sua vez explica o comportamento discriminatório.
Para terminar, este filme onde aparentemente os personagens parecem não apresentar qualquer ligação, no final toda esta teia de histórias se relaciona de alguma forma. E ao contrário do que estamos habituados a ver neste filme não existem personagens boas ou más, como o típico “polícia corrupto” e o “colega bonzinho”. Pois na verdade ninguém sabe como irá reagir sem estar a viver as situações e tal como disse o polícia Jonh Ryan ao colega: “ You think you know who you are? You have no idea” (Pensas que sabes quem tu és? Não fazes a mínima ideia.) a verdade é mesma assim, e não podemos condenar nenhuma personagem pois se algo dia nos estivermos numa situação semelhante, só no momento é que sabemos como reagir independentemente daquilo que nos digam para fazer. E este filme mostra-nos exactamente isso, que é possível alguém agredir uma pessoa num determinado contexto, e noutro ter a dignidade de a salvar, quando seria bem mais fácil deixá-la morrer.
Fonte:
Livro de Psicologia – “Ser Humano” 12ºano, Porto Editora
Em todas as sociedades existem estereótipos, estes consistem no conjunto de crenças que nos dá uma imagem simplificada sobre as características de um determinado grupo, são aprendidos no decurso do processo de socialização e correspondem a um processo de categorização social, essencial para que nos possamos adaptar ao meio, e assim dar um sentido ao mundo. Como as relações interpessoais são muito complexas, os estereótipos são uma forma de simplificar a realidade, tornando-as possíveis. Por isso estes têm uma função sociocognitiva. E uma função socioafectiva porque dão um sentimento de identidade social ao grupo que os partilha, reforçando o sentimento do “nós” por oposição aos outros.
O conteúdo dos estereótipos são construções sociais que visam “domesticar o que é estranho” como disse Moscovici, porque ao serem tão simplistas, generalistas e baseados em informações falsas expõe-nos ao imprevisível, e são dificílimos de alterar, acabando mesmo por funcionar como um filtro cognitivo. Exemplo disso, no filme, temos um polícia que ao ouvir um negro dizer que gosta de música country ri-se, pois na sua categorização dos negros, estes não gostam deste género de música.
Os estereótipos, devido à sua simplicidade, estão na origem dos preconceitos, que são uma atitude que envolve um pré-juízo, um pré-julgamento, na maior parte das vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupos sociais. Nos preconceitos dominam a função socioafectiva, assumindo frequentemente, posições radicais contra grupos sociais, conduzindo a actos de discriminação.
Um bom exemplo de um preconceito patente no filme, é quando uma personagem ao ver que o serralheiro que está a alterar a fechadura de sua casa é mexicano com tatuagens, julga-o logo como sendo alguém potencialmente perigoso, que não é de todo de confiança.
Na base da discriminação está portanto o preconceito, e designa-se por discriminação o comportamento dirigido aos indivíduos que decorre do preconceito. E podemos observar como um comportamento discriminatório, quando dois personagens vão na rua, e a mulher ao avistar dois negros na sua frente, dá o braço ao marido. Pois esta, com base no seu preconceito para com os negros, assume logo um comportamento condicionado. Outro exemplo bem visível no filme é quando o iraniano vê que a sua loja foi assaltada e vai logo atrás do serralheiro mexicano para o tentar matar, porque pensa que este foi o culpado da situação.
Os conceitos estereótipos, preconceito e discriminação estão relacionados, uma vez que o estereótipo é a uma imagem generalizada sobre um grupo, dado que não existe realidade social, nós temos que objectivar, construir representações sociais sobre aquilo que se passa à nossa volta para facilitar a nossa adaptação social, e é a componente cognitiva do preconceito e este por sua vez explica o comportamento discriminatório.
Para terminar, este filme onde aparentemente os personagens parecem não apresentar qualquer ligação, no final toda esta teia de histórias se relaciona de alguma forma. E ao contrário do que estamos habituados a ver neste filme não existem personagens boas ou más, como o típico “polícia corrupto” e o “colega bonzinho”. Pois na verdade ninguém sabe como irá reagir sem estar a viver as situações e tal como disse o polícia Jonh Ryan ao colega: “ You think you know who you are? You have no idea” (Pensas que sabes quem tu és? Não fazes a mínima ideia.) a verdade é mesma assim, e não podemos condenar nenhuma personagem pois se algo dia nos estivermos numa situação semelhante, só no momento é que sabemos como reagir independentemente daquilo que nos digam para fazer. E este filme mostra-nos exactamente isso, que é possível alguém agredir uma pessoa num determinado contexto, e noutro ter a dignidade de a salvar, quando seria bem mais fácil deixá-la morrer.
Fonte:
Livro de Psicologia – “Ser Humano” 12ºano, Porto Editora
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