domingo, 20 de abril de 2008

Ansiedade

Susto faz “gelar” sangue nas veias dos assustadiços

Pesquisa cauciona ideia generalizada
Quem vive em alarme permanente tem maior tendência para a formação de coágulos

Apanhamos um susto e, quando descrevemos a situação dizemos que até o sangue gelou nas nossas veias. A expressão não anda longe da verdade, garantem agora cientistas da Universidade de Bona, Alemanha. Não é que o sangue gele, de facto, nessas circunstâncias, mas tem tendência a coagular. Um perigo, pois os coágulos que se desprendem das veias são os responsáveis mais directos dos enfartes do miocárdio e dos acidentes vasculares.
Quando apanhamos um susto ou somos confrontados com uma surpresa desagradável, a melhor forma de descrevermos a emoção é dizer que o sangue no gelou nas veias. Agora, tal expressão está avaliada por experiências científicas. Uma equipa de investigadores, que inclui especialistas em psicoterapia, hematologia e transfusão sanguínea, vem dizer que há alguma verdade no que sentimos.
Já antes, alguns estudos apontam para a influência do stress e da ansiedade na coagulação do sangue. Agora aqueles investigadores a Universidade de Bona garantem que encontraram uma relação entre os nossos, medos, sustos, ansiedades e ataques de pânico com a activação do sistema de coagulação do sangue. A coagulação é um processo que nos protege de hemorragias, espessando o sangue; mas o nosso equilíbrio depende também de outro processo, que dissolve a fibrina, presente no sangue coagulado.
A pesquisa envolveu a recolha de amostras de sangue tanto de pessoas sem problemas psicológicos como de outras com problemas de ansiedade e fobias. Quando comparadas essas amostras, foi constatado que, nas pessoas ansiosas, se acentuava a tendência para a coagulação. Ora, em casos extremos, a coagulação pode levar a que fique bloqueada uma artéria. O processo pode não ter efeitos imediatos, mas ser insidioso. Qualquer coagulo que se forme num vaso sanguíneo, se se desprender ou entupir uma veia ou uma artéria, torna-se mais tarde ou mais cedo, factor de desencadeante de um acidente vascular cerebral ou de um enfarte miocárdio. O que pode ser um grande susto para cada um de nós ou o maior e definitivo que pregamos aos outros.
Convêm ter calma
Não é preciso ficar ansioso mas prevenir
Os autores do estudo afirmam que as pessoas ansiosas não o devem ficar mais ao saberem que a sua coagulação pode ser mais intensa. Os valores medidos, dizem, não implicam riscos imediatos nem inevitáveis. Outros factores como a obesidade e o tabaco contam mais.
Situações do dia-a-dia devem ser enfrentadas
A coagulação em pessoas ansiosas e com ataques de pânico merecia mais atenção nos programas preventivos da doença cardíaca, dizem os autores do estudo. Tais pacientes têm três a quatro vezes mais hipóteses de morrer por doença cardíaca, segundo estatísticas.”

in JN, 31/04/2008

A ansiedade é uma emoção que sentimos perante determinadas situações ou pensamentos. Todos nós já passamos por situações em que a ansiedade nos domina causando em nós agitação e nervosismo. Podemos sentir ansiedade nos mais diversos contextos pessoais ou sociais e o facto de uma situação provocar ansiedade numa pessoa não significa que todos os indivíduos tenham essa mesma reacção. (Como seres diferentes que somos reagimos de forma diferente ainda que o estimulo seja o mesmo). Em muitos casos a ansiedade é confundida com o medo. O medo diz respeito a uma reposta do organismo relativamente a uma perigo real, enquanto que a ansiedade reporta-se a uma ameaça que pode ser desconhecida e indefinida. A ansiedade tal como todas as outras emoções apresentam um valor adaptativo (como iremos comprovar aquando do estudo dos processos emocionais) em dois sentidos na medida em que por um lado protegem-nos de situações que podem ser eventualmente perigosas e são essas reacções que nos avisam desses perigos e por outro são sinalizadoras de determinados estados, por exemplo entre um recém-nascido e os pais (questão que foi alvo de estudo aquando o tratamento das relações precoces).
Como já referi anteriormente a ansiedade é uma emoção normal nos seres humanos, mas pode tornar-se um problema quando os sintomas começam a ser em excesso e se manifesta durante um longo período de tempo, ou ainda se, a sua causa tem origem numa ameaça imaginária e obsessiva. Devemos desta forma estar atentos à forma e à intensidade em que a ansiedade se manifesta em nós e nos outros uma vez que esta emoção e sintomas podem ser desvalorizados pelo próprio. Os sintomas da ansiedade podem manifestar-se em diferentes níveis: ao nível cognitivo, ao nível fisiológico e ao nível comportamental. Por exemplo quando temos uma preocupação constante (cognição) podemos apresentar dores e tensão muscular (fisiologia) e mexer nervosamente as mãos (comportamento). Recentemente, e tendo em conta o artigo do JN, um estudo mostra que a ansiedade faz com que o sangue tenha tendência a coagular. Ao ler o artigo ficamos a perceber que esta situação constitui um perigo para a saúde mas é necessário não entrar em alertas excessivos. É, sim, necessário ter calma, pois esta é a melhor forma de combater a ansiedade.
São várias as causas que podem levar ao aparecimento da ansiedade e existem alguns factores base delineados por psicólogos e investigadores. Assim em muitas pessoas a ansiedade é o resultado de uma educação de super-protecção em que as crianças desenvolvem uma vinculação ambivalente/resistente com as pessoas que cuidam preferencialmente delas, desta forma, com já estudamos, estas crianças tornam-se adultos com medo de tudo e que não conseguem enfrentar os seus medos e com tal preocupam-se demasiado com situações e acontecimentos normais. A ansiedade pode também resultar de experiências traumáticas que tenhamos tido no passado ou que tenhamos aprendido com a experiência dos outros. Alguns estudos revelam que a ansiedade apresenta uma base genética e que esta ao longo da nossa vida pode ser estimulada ou inibida.
Provavelmente muitos de nós encontraram respostas ao porquê da nossa própria ansiedade, e, na minha opinião saber qual a causa do problema é o primeiro passo a dar na resolução do mesmo.

Bibliografia consultada
http://www.sas.ualg.pt/sasgpap/quem.htm
http://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/2/cnt_id/1442/
http://jcsantiago.info/ansiedade.html

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