domingo, 13 de abril de 2008

Vejo o Mundo como Eu Sou






Imagina-te nesta sala com os teus colegas, com a tua professora de Psicologia, com a janela da sala um bocado aberta… É através da visão que recebes informações que te situam nesse lugar. Para além de ouvires a tua professora, também ouves os teus colegas a falarem para ti, e até mesmo a intervirem no discurso da professora. Se detiveres a tua atenção, apercebeste do ruído que passa fora da sala de aula (se alguém passar pela tua sala e começar aos gritos). Nesse dia, sentes-te bem uma vez que está um dia de sol e estás de t-shirt (não tens frio nem calor), e como puseste o teu perfume preferido, sentes um cheiro agradável. Mas, infelizmente, como estás com fome porque não tomaste o pequeno-almoço, pedes à professora para ir à casa de banho e vais à sala do aluno comprar algo para comeres. ATENÇÃO: isto não se faz =)!
Foi graças aos teus órgãos dos sentidos, que te apercebeste das cores, dos sons, dos aromas, do calor, dos sabores… A percepção é precisamente um processo cognitivo, que pode ser descrita como a forma como vemos o mundo à nossa volta, o modo segundo o qual o indivíduo constrói em si a representação e o conhecimento que possui das coisas, pessoas e situações, ainda que, por vezes, seja induzido em erro. Percepcionar algo ou alguém é captá-lo através dos sentidos e também fixar essa imagem.
As relações entre o indivíduo e o mundo que o rodeia são assim regidas pelo mecanismo perceptivo e todo o conhecimento é necessariamente adquirido através da percepção. Dois indivíduos, da mesma faixa etária, que sejam sujeitos ao mesmo estímulo, nas mesmas condições, captam-no, seleccionam-no, organizam-no e interpretam-no com base num processo perceptivo individual segundo as suas necessidades, valores e expectativas.
O processo perceptivo inicia-se com a captação, através dos órgãos dos sentidos, de um estímulo que, em seguida, é enviado ao cérebro. A percepção pode então ser definida como a recepção, por parte do cérebro, da chegada de um estímulo, ou como o processo através do qual um indivíduo selecciona, organiza e interpreta estímulos. Este processo pode ser decomposto em duas fases distintas: a sensação, mecanismo fisiológico através do qual os órgãos sensoriais registam e transmitem os estímulos externos; e a interpretação que permite organizar e dar um significado aos estímulos recebidos.
A sensação corresponde a uma resposta directa e imediata dos órgãos sensoriais a um estímulo básico como por exemplo a luz, a cor, o som ou o tacto. A sensibilidade ao estímulo varia consoante a qualidade sensorial dos órgãos receptores e a quantidade e a intensidade dos estímulos aos quais estamos expostos. Por exemplo, uma pessoa cega tem a percepção auditiva e táctil mais desenvolvida que a maioria das pessoas e como tal é capaz de ouvir sons que normalmente as pessoas não ouvem conscientemente.
As percepções não são cópias do mundo à nossa volta. A percepção não reproduz o mundo como um espelho, o cérebro não regista o mundo exterior como um fotógrafo: constrói uma representação mental ou imagem da realidade. E é no cérebro que se vão estruturar e organizar as representações do mundo, é no cérebro que se dá sentido ao que vemos e ouvimos. Por isso se diz que é no cérebro que se ouve, se vê, se sente o calor, os cheiros, os sabores. A informação proveniente dos órgãos sensoriais é tratada pelo cérebro. É nesta estrutura que ganha sentido e significado.
“Vejo o mundo como eu sou e não como ele é”…

Alexandra Tolda Pinto nº1 12ºB

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