Vivemos em sociedade, integrados em diferentes grupos sociais e é no seio da interacção com os outros que surgem os conflitos.
O conflito é uma tensão que envolve pessoas ou grupos quando existem tendências ou interesses incompatíveis. Na verdade, o antagonismo de interesses é, pois, uma hipótese plausível para a origem dos conflitos, quer sejam de ordem ideológica, cultural, religiosa, económica, cultural ou política. É também suficientemente ampla, abarcando a escassez de recursos, o antagonismo de crenças e as assimetrias de poder. Uma vez instalados, os conflitos podem ser reactivados e alimentados pelos preconceitos e atitudes negativas.
De facto, o conflito enfatiza uma perspectiva negativa, com aspectos perturbadores em elação à organização social e um exemplo de um conflito onde está presente esta “versão” negativa é o desentendimento isrealo-árabe, cujo processo se tem vindo arrastar há mais de 50 anos, sem trazer benefícios para nenhuma das partes.
Porém, esta faceta desagradável dos conflitos não pode esconder o papel favorável da sua dinâmica para a mudança e progressos sociais.
É estranho assimilar a ideia de que os conflitos possuam um lado positivo, mas é verdade que esta ideia se constata quer a nível intrapessoal quer a nível intragrupal.
Os conflitos intrapessoais (o que cada um de nós vive quando está perante motivações que são incompatíveis) são positivos porque depois de ultrapassados somos capazes de responder de forma mais adaptada à situação que vivemos.
Ao nível intragrupal os conflitos também albergam o seu carácter positivo, isto porque o confronto é gerador de mudança que é fundamento de evolução e do desenvolvimento social.
Perdendo a conotação totalmente negativa, os conflitos são encarados como um elemento vital à mudança. Muitos avanços a que se assistiu ao longo da história resultaram de inúmeros conflitos que conseguiram dinamizar grupos humanos. A título de exemplo, pensemos no contributo dos conflitos entre os negros e os brancos para o reconhecimento da igualdade de todos os cidadãos ou então pensemos talvez nas manifestações em Paris lideradas por estudantes em Maio de 1968 que abalaram o sistema político vigente em França tendo como consequência a melhoria do funcionamento de inúmeras instituições sociais.
Os conflitos são uma realidade e podem ser úteis nas diferentes instâncias, isto porque impedem a estagnação e estimulam o surgimento de ideias e estratégias.
Em suma, apesar de os conflitos incrementarem um carácter pernicioso estes também possuam um carácter positivo inerente à vida social do Homem.
“Rir é correr risco de parecer tolo.
Chorar é correr risco de parecer sentimental.
Estender a mão é correr risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e ideias é correr risco de perder pessoas.
Amar é correr risco de não ser compreendido.
Viver é correr risco de estar sempre em conflito, consigo e com os outros.
Contar é correr risco de se decepcionar.
Tentar é correr risco de fracassar.
A pessoa que não corre nenhum risco, não entra em conflito e evita alguns sofrimentos e desilusões, contudo, não sentem, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
O risco e o conflito fazem parte da vida que nos cobra decisões a cada instante.
O importante é decidir e agir sempre com consciência e liberdade, buscando tudo aquilo que nos trará felicidade.”
Bibliografia:
http://www.cutenath.blogger.com.br/riscos%20e%20conflitos.jpg
Monteiro, Manuela Matos e Ferreira, Pedro Tavares – Ser humano, Psicologia B do 12º ano-1ª parte, Porto editora
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