domingo, 27 de abril de 2008

Razão e Emoção

Algures numa das imensas aulas da disciplina que deu origem a este blog, foi abordado um tema interessantíssimo dado pelo nome de marcador somático.
Durante bastante tempo, e ainda muito antes da existência de António Damásio, permaneceu a ideia de que uma boa tomada de decisão, teria que ser feita apenas e só com base na razão, deixando por consequência a parte emocional de fora, com a explicação de que a parte emocional iria prejudicar na hora de tomar a melhor opção.
Até que surge este senhor, António Damásio, que expõe uma ideia contrária relativamente à importância das emoções nas tomadas de decisão, remetendo-nos para o conceito de marcador somático.
Segundo Damásio, as emoções funcionam como um mecanismo automático que orienta sempre as nossas tomadas de decisão, mesmo aquelas que à partida nos parecem ser mais simples.
Afirmou que se fosse apenas a razão que comandasse as tomadas de decisão, a análise a que o nosso cérebro teria que proceder para conseguir fazer uma avaliação rigorosa às mais variadas possibilidades e às respectivas consequências iria ser muito difícil, levando a que fosse desperdiçado imenso tempo, e, por vezes, a escolha da opção deixaria de nos ser oportuna (na avaliação de um dia irmos à escola ou não, passaria uma semana e nós ainda estaríamos em casa a fazer os cálculos às vantagens e desvantagens de todas as opções possíveis).
A utilização da emoção no processo de decisão é vantajosa porque essa análise da situação torna-se muito mais simples e rápida.
E o que é que torna este processo mais rápido?
É um processo mais rápido devido ao facto de todas as nossas decisões estarem associadas a experiências vividas anteriormente no nosso passado, e que, o nosso cérebro utiliza no presente quando nos deparamos com situações semelhantes, diminuindo drasticamente o leque de opções, e eliminando assim todo aquele processo de análise a todas as possibilidades.

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