domingo, 20 de abril de 2008

Emoções à lupa

Sendo a emoção um tema tão complexo, foi analisado segundo várias perspectivas, sendo que os vários autores destas tentaram responder a várias perguntas, tais como: existem emoções universais? Terão as emoções um carácter positivo ou negativo? Serão controláveis?

Nesse sentido surgiram diferentes abordagens a esta questão, das quais estudamos quatro:
- a perspectiva evolutiva: segundo a qual Darwin afirmou que, além de existirem emoções universais, estas teriam uma relação com a evolução das espécies – sendo algumas delas universais, e manifestando-se de forma relativamente regular, seria mais fácil para os seres humanos reconhecerem os “sinais” ligados a determinadas emoções, preparando-se para as enfrentar. Por exemplo, se um ser humano reconhecesse os indícios de uma expressão de fúria noutro, poderia preparar-se para se defender ou para fugir, o que evitaria, provavelmente, a sua morte. Assim, Darwin concluiu que as emoções teriam, no contexto da espécie humana, um papel adaptativo fundamental, possibilitando a nossa sobrevivência.
- a perspectiva fisiológica: na qual William James defende que são as alterações fisiológicas que geram as emoções, e não o contrário como normalmente percepcionamos. A emoção seria, dessa forma, a consciência das modificações fisiológicas associadas a determinado acontecimento.
- a perspectiva cognitivista: que defende uma ligação entre os nossos conhecimentos e as nossas emoções. Estas não consistiriam na reacção a um determinado acontecimento, mas na reacção à percepção pessoal do mesmo, o que justifica que pessoas diferentes reajam ao mesmo acontecimento de forma diferente.
- a perspectiva culturalista: cuja essência reside no facto de as emoções serem comportamentos aprendidos no processo de socialização, e de, consequentemente, não existirem emoções universais. Sendo estas derivadas do processo de socialização, variariam no espaço e no tempo.

Analisando-as, conseguimos encontrar várias críticas, no entanto, pessoalmente, parece-me que todas se encaixam na perfeição, pois, apesar de não fazerem sentido separadas, juntas formam um conjunto com maior sentido: a perspectiva evolutiva e a culturalista, juntas, formariam uma perspectiva mais adequada já que algumas das nossas emoções são inatas como a primeira afirma, mas as restantes são aprendidas no contexto em que nos inserimos, o que está de acordo com a segunda. Relativamente à perspectiva fisiológica, esta tem também alguma lógica, mas não relativamente a todas as emoções. O medo, por exemplo, como é referido no livro de psicologia, não se enquadraria muito bem nesta perspectiva. É extremamente difícil para nós imaginarmos que só depois de começarmos a correr é que sentimos medo. Outras, como a tristeza ou a alegria por exemplo, já se enquadram melhor nesta perspectiva. Por último, a perspectiva cognitivista, parece-me ser a melhor de todas, porque explica a subjectividade das nossas emoções, e esta seria, na minha opinião, a única que não deveria ser alterada.
Concluíndo, penso que o melhor seria mesmo uma associação entre estas visões do mundo…
No entanto, gostaria também que publicassem as vossas opiniões relativamente a este assunto: quais são as perspectivas com as quais concordam? E as que discordam? Também acham que o melhor seria uma associação entre elas?


Bibliografia:
MONTEIRO, Manuela matos e OUTROS, Ser Humano – 12ºano Psicologia B, Porto Editora, 2007.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu sugiro que a turma de psicologia faça a sua perspectiva em relação às emoções, acho que devemos pensar nisso =)
Laura eu também penso que não nos devemos guiar só por uma perspectiva, porque se formos da
mesma opinião de Darwin só existiriam emoções universais, inatas, e eu penso que também exitem emoções aprendidas (perspectiva culturalista), uma vez que somos seres sociais que vamos aprendendo (a vergonha é um exemplo de emoção "aprendida"). Lá está o mal destas perpectivas, na minha opinião é generalizarem, e como as emoçoes são tão complexas não o devemos fazer. Por isso, se unissemos e conjugassemos todas as perspectivas iamos conseguir definir parte deste mundo complexo.

As emoções são formas explosivas de afectividade, muito intensas mas breves. São as emoções que nos conduzem a dois estados afectivos primários: o prazer e a dor. Talvez por isso, somos levados a confudir emoções com sentimentos. O amor e o ódio sim, podemos dizer que são sentimentos pois são mais estáveis e duradouros, são portanto "emoções que duiram".
Apesar de nãoi serem reconhecidas como emoções universais, existe a angústia, o tédio, o pánico, a melancolia, e agora, cada vez mais intenso, o STRESS

Deixo agora uma questão:
Quem se aplica a estudar as emoções, talvez seja heresia juntar estas emoções, só que na sociedade em que vivemos, será que estas emoções não são cada vez mais universais????
Alexandra Pinto