terça-feira, 10 de março de 2009

Como explicar os comportamentos agressivos?



Seria extraordinário (ou não) existir uma explicação lógica e totalmente conclusiva acerca dos comportamentos humanos. Contudo, tal não é o que acontece e, portanto, o necessário é esgotar todas as possíveis hipóteses de modo a chegar mais perto do assertivo.
Orientadas segundo dois eixos temos diferentes teorias acerca das causas da agressividade. Se ,por um lado, reina a concepção de que a agressividade é um mecanismo inato da acção do homem (componente biológica) por outro, considera-se que a mesma é resultado da aprendizagem social.
Sigmund Freud, Lorenz e Dollard são apologistas de que a agressividade tem algo de inato. O primeiro atribuí a orientação da agressividade a pulsões destrutivos (energia que tem que ser descarregada) e defende que a socialização é a forma de os reprimir, Lorenz considera que o principal papel da agressividade é a sobrevivência/adaptação do ser Humano enquanto Dollard, defendendo uma teoria (muito contestada) defende que entre a frustração e a agressividade existe algo de inato.
Por sua vez, Bandura valida os factores relacionados com o contexto social, a aprendizagem e a história pessoal como os potenciadores do comportamento agressivo uma fez que esta aprendizagem se faz a partir da imitação e observação dos comportamentos agressivos de modelos como pais, tios, professores (de ver a importância das figuras mais próximas no processo de socialização). É exemplo da variação da agressividade de cultura para cultura o facto das culturas mais individualistas serem mais agressivas que as colectivistas.
Certo é que não se pode falar de um mecanismo neuronal inato como causa da agressividade, mas o certo é que existe influência neurológica neste tipo de comportamento, nomeadamente a nível da amígdala e do neurotransmissor serotonina, o mensageiro químico cujo suprimento tende a ser baixo em pessoas propensas à violência.
Numa experiência, pesquisadores puseram um eléctrodo numa área de inibição da agressão do cérebro de um macaco prepotente. Com um botão que activava o eléctrodo, um macaco pequeno aprendeu a apertá-lo cada vez que o macaco tirano se tornava intimidador. O macaco agressivo rapidamente ficava apático.
A Temperatura assim como o álcool, relacionado com a componente biológica, social e psicologia do indivíduo também são responsáveis pelo desencadear de respostas mais agressivas às provocações.
Esperemos que a componente biológica nunca se sobreponha à cultural pois, caso isto aconteça, haverá muitas desresponsabilizações por parte de vários criminosos.

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