domingo, 1 de junho de 2008

Acreditas em tudo o que vês?

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Certamente já ouviste falar e, inclusivamente, te deparaste com uma situação bizarra, em que aquilo que percepcionaste não correspondeu à realidade. Pois bem, se não conseguiste encontrar uma explicação para esses acontecimentos, neste artigo vais poder esclarecer-te em relação às diversas ilusões de óptica que desde há muito tempo fascinam o Homem.

O que é uma ilusão de óptica?

A expressão “ilusão de óptica” refere-se a acontecimentos específicos ou imagens, em que o sistema visual humano é “enganado”, conduzindo-nos a conclusões erradas. Faz-nos querer que o que vemos é o que está correcto, sem que, de facto, o seja. Assim, o nosso inconsciente confunde-se através de uma ou mais “leituras” da figura que visualiza, construindo imagens erradas para preencher espaços vazios. Existem diferentes tipos de ilusões de óptica como, por exemplo, as imagens impossíveis, escondidas ou ambíguas, sendo que elas podem surgir naturalmente (fisiológicas) ou ser criadas pelos seres humanos (cognitivas) – como é o caso de muitos pintores que criam nos seus quadros verdadeiras ilusões de óptica.
Este é, sem dúvida, um assunto que tem vindo a ser debatido entre os peritos que estudam a mente humana e que nos permite compreender o modo como o nosso cérebro funciona.

Porque é que elas ocorrem?

Como já vimos, as ilusões de óptica são caracterizadas por imagens “visualmente percebidas”, a nossa percepção do meio envolvente é, na sua maioria, auto-produzida. Sem nos apercebermos “corrigimos” mentalmente e de forma automática o conteúdo das nossas percepções. Os estímulos visuais são inconstantes e subjectivos o que nos permite, assim, ter consciência do tamanho de algum objecto ou ser vivo, apesar da sua distância. O mesmo se verifica quando a luz ou a ausência dela modificam as formas e as cores daquilo que estamos a observar. O nosso cérebro não se limita a ver, mas também a interpretar e a deduzir, daí o termo “visualmente percebido”. Contudo, este mecanismo nem sempre funciona. Muitas ilusões criam-se a partir dessa dedução. Ao contrário do que ocorre numa máquina fotográfica, é no cérebro que a informação que recebemos através dos olhos é tratada, sendo-lhe atribuído um sentido próprio. Efectivamente, não reproduzimos, na nossa mente, a realidade tal como ela é, em vez disso, construímos uma mera reprodução dela. Tudo o que vemos é, de certa forma, uma ilusão que em muito pouco se baseia na realidade. Os seres humanos interpretam o que vêem de acordo com as suas recordações, as suas memórias, o que torna este processo tão ambíguo. As imagens já memorizadas influenciam as que estamos a receber.
Com tudo isto facilmente se percebe a complexidade desta questão. Estudos revelaram que, inclusivamente, já se descobriram mais de 30 áreas diferentes no cérebro que se dedicam ao processamento da visão! O nosso sistema visual simplifica a realidade, de maneira a conseguirmos apreendê-la mais rápida e eficazmente e é precisamente essa simplificação imperfeita do real que origina as ilusões de óptica.

As ilusões de óptica mais conhecidas:

Agora que já consegues depreender com maior rigor aquilo que se passa no interior da tua cabeça, aqui estão alguns conhecidos exemplos de ilusões de óptica, acompanhadas da explicação do processo que ocorre em cada uma delas. Diverte-te e impressiona-te com os resultados obtidos!

1) Quantas extremidades tem o objecto?


Um “Blivet”, também conhecido como “Poiuyt”, é uma figura indecifrável, uma ilusão de óptica e um objecto impossível, em simultâneo. Apesar de nos parecer que tem três extremidades, a que se encontra no meio tem, na sua base, a forma de um rectângulo, desaparecendo misteriosamente.

2) Ilusão de “Orbison”


O primeiro homem a descrever esta ilusão foi William Orbison e, por isso, ela ficou conhecida pelo seu apelido, em 1939. Ao observar o losango central e o rectângulo que delineia as margens da imagem, parecem-nos (erradamente) que estes dois objectos estão distorcidos. Isto acontece graças ao fundo, que nos transmite uma ideia de perspectiva.

3) Qual das duas curvas é maior?


Esta ilusão foi descoberta ainda no século XIX, pelo psicólogo Joseph Jastrow e convence a maioria das pessoas de que a barra B é superior à barra A. Como elas se encontram sobrepostas e com recortes diagonais, parece-nos que seguem a estrutura de uma pirâmide, isto é, da mais comprida para a mais curta.

4) Serão realmente dois triângulos?


O conhecido triângulo de “Kanizsa” foi descrito na década de 50 por Gaetano Kanizsa. A ilusão de óptica aqui demonstrada é o facto de visualizarmos dois triângulos, sem que o triângulo branco exista na realidade.

5) O círculo é ou não perfeito?


À semelhança do que acontece na ilusão de “Orbison”, o círculo não parece ser perfeito, devido à trajectória das linhas que estão sobre ele.

6) As linhas horizontais estão tortas?


Conhecida como a “ilusão do café”, a imagem apresentada foi descoberta, por mero acaso, pelo Dr. Richard Gregory, enquanto estava sentado e observava a parede de um café. A forma como estavam dispostos os tijolos que, neste caso, são rectângulos, dava a sensação errada de que as linhas horizontais não eram paralelas.


7) Qual dos círculos centrais é maior?


Ao observarmos as duas imagens que se assemelham a uma flor, o nosso cérebro indica-nos, por influência dos círculos exteriores, que os que se encontram no centro têm tamanhos diferentes. Este efeito é conhecido como “a ilusão de Ebbighaus”.

É impressionante o que o nosso cérebro consegue recriar e o modo como essas percepções condicionam os nossos pensamentos e juízos. A partir de agora tem muito cuidado com o que afirmas e procura ver mais além do que aquilo que te é apresentado à primeira vista. Tal como reza o velho ditado: “As aparências iludem!”.

Fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilus%C3%A3o_de_%C3%B3ptica
http://ruibrinquete.no.sapo.pt/curiosidades/ilusoes_de_optica.html

- MONTEIRO, Manuela Matos e OUTROS, Ser Humano – 12ºano Psicologia B, Porto Editora, 2007.

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