A concepção de Damásio: Razão e Emoção
Durante muito tempo privilegiou-se a razão em detrimento da emoção, no que respeitava ao pensamento humano. Todavia, o português António Damásio veio, sobretudo com a conhecida obra O Erro de Descartes, contrariar essa ideia, revolucionando as diferentes áreas da Psicologia e da Neurologia.
De facto, foi através dos estudos e investigações realizadas a animais e a centenas de doentes que apresentavam lesões no córtex pré-frontal, que a sua concepção de emoção e razão pôde ser construída. Segundo o neurologista e investigador, as duas complementam-se e são imprescindíveis para a autonomia e capacidade de adaptação do ser humano. A emoção é então desencadeada por um estímulo particular, originando aquilo a que este designa por “um programa de acções” (que varia de acordo com o tipo de emoção sentida) e provocando alterações fisiológicas no sujeito (as estratégias activas).
O especialista considera ainda que, no que se refere a emoções, existem também estratégias cognitivas, certos estados mentais associados ao que cada um sente num dado momento. Assim, num estado de tristeza, uma pessoa não pensa num jantar agradável, mas talvez na morte. Contudo, esta questão é bastante mais complexa, pois as emoções desencadeadas pelos vários estímulos não têm, forçosamente, o mesmo efeito em todos os indivíduos. Aquilo que é considerado um estímulo tanto pode ser uma situação, como um objecto actual, recente ou existente apenas na nossa mente. Tanto pode ser fruto da nossa aprendizagem ou estar presente nos nossos genes.
É a partir desta ideia que Damásio divide as emoções em três grandes grupos: as emoções de fundo: são vagas, como, por exemplo, o desencorajamento ou o entusiasmo; as emoções primárias: que já nascem connosco e, portanto, não são aprendidas, como a cólera; e as emoções secundárias: são as que se desenvolvem por um processo de aprendizagem social, sendo influenciadas pelo contexto sócio-cultural, em que o indivíduo se insere;
Apesar de relacionados, estes três tipos de emoções são distintos, assim se compreende o facto de, por exemplo, os bebés terem, em diferentes fases da infância, um sorriso espontâneo e um sorriso intencional.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=1210&op=all
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X1997000200013
domingo, 1 de junho de 2008
Damásio
Publicada por DM à(s) 12:02
Autores 12.ºF Diana Teixeira
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