A violência conjugal é uma das vertentes que a violência doméstica alberga. Este é um tema que, nos tempos que decorrem, tem flutuado imenso no ínfimo oceano de problemas da sociedade!
Hoje em dia, em cada clique no comando da televisão, em cada leitura pelos jornais ou revistas acedemos a um manancial de notícias sobre a violência, que inunda e transborda, nas relações conjugais, sendo ela tanto a nível físico, como as agressões físicas, psicológico, como agressões verbais, como a nível socioeconómico, isto quando a violência envolve o controlo da vida social da vítima ou das suas economias.
Agressão é um comportamento violento que, efectivamente, visa causar danos físicos ou psicológicos a um alvo e reflecte a intenção de o destruir. Centrando a nossa atenção na agressividade que submerge nas relações interpessoais dos casais é possível identificar as suas características específicas. A agressão conjugal é hostil, directa e aberta, uma vez que o agressor concretiza os comportamentos agressivos abertamente, de forma explícita, e sempre com o intuito de causar danos ao outro, independentemente de qualquer vantagem que possa obter. Estes actos são geralmente impulsivos e influenciados pelas emoções.
As questões que se levantam são, exactamente, quais as emoções que levam os homens a agredirem as suas esposas? Pessoas por quem já estiveram apaixonados, onde está o amor que os uniu? Quais os motivos para agirem desta forma? Entre estas muitas mais surgem, no entanto há uma que não passa em claro, inquieta o ser humano. Qual a origem de toda esta agressividade que a determinado momento “nasce, não morre e mata”?
Existem alguns autores que formulam teorias sobre a origem da agressividade, e entre elas o maior balanço faz-se entre as que defendem que a agressão é um comportamento inato e as que defendem que é um comportamento aprendido.
Na minha opinião nenhuma das concepções estipuladas, por si só, explica a verdadeira razão de alguém ser agressivo. O Homem é um ser complexo e a sua existência é produto do intercâmbio de múltiplos factores internos e externos, na verdade, existem estruturas no ser humano que se relacionam com a agressividade (como processos fisiológicos, o sistema nervoso simpático…). Contudo, tal não significa que o ser humano esteja programado para ser agressivo pois tal como a sua flexibilidade e plasticidade lhe permite escapar a programas fechados e deterministas, também lhe permite moldar os factores relacionados com a agressividade. Todavia, isto não é suficiente.
O homem é um ser social, e como tal há que ter em conta a influência que o meio exerce sobre ele, daí não se colocar de parte a interferência que o contexto social executa na moldagem das componentes biológicas da agressão. Nos seres humanos, a sua manifestação e expressão estão muito dependentes de factores relacionados com o contexto social, com a aprendizagem, com as experiências pessoais… A influência do meio externo é tão forte que faz com as formas de expressão da agressão sejam estimuladas ou inibidas, sendo a partir disto que se extrai a explicação das diferenças na sua expressão em diferentes épocas, entre diferentes culturas e entre diferentes pessoas da mesma cultura.
No entanto, Homem não deve ceder e aceitar passivamente aquilo que a sociedade lhe impõe, tem que moldar todas as suas regras e normas mediante os seus valores e ideais. A pressão da sociedade não pode ser usada como uma razão plausível e incontornável de sermos agressivos. Pois se somos flexíveis, inteligentes e plásticos para umas coisas também o somos para outras.
Há ainda mais alguns factores que induzem à agressão. Não é estranho ouvir que as pessoas alcoólicas tendem a ser mais agressivas, de facto, o álcool altera o equilíbrio emocional de um indivíduo e por consequência desencadeia actos mais irreflectidos e agressivos. Outros factores que também são referidos como causadores de tais comportamentos são os ciúmes e a desconfiança, muitos conflitos conjugais são gerados através destes sentimentos que, na maioria das vezes, não têm fundamento algum.
A violência que sobrevoa o interior de muitas casas é assombrada pela agressão, pelo medo, pela tristeza, pela desilusão. Ela começa sempre com uma ligeira alteração do tom de voz, que com o passar do tempo vai aumentando, aumentando até que chega aos gritos. Depois disto vem o primeiro estalo, o primeiro empurrão, o primeiro pontapé até que chega ao culminar de todas as formas possíveis de agressão num só momento, numa só situação que se repete dia após dia até à morte, processo escondido pelo silêncio de uma vida em desgraça.
O pior é que muitas vezes os danos não se ficam só pela vítima de agressão, existem muitas mais atingidas pelos danos colaterais de todo este ambiente incrédulo. Os filhos, a família, os amigos destes casais em conflitos também são atingidos, sofrem com eles as suas tristezas e angustias, sofrem sozinhos com os porquês de tudo isto estar a acontecer, ficam com marcas que invadem um grande espaço na história pessoal de cada um.
O importante é sermos fortes, não deixarmos que o medo nos possua e nos impeça de viver, é preciso agir e lutar contra tudo que coloque em causa o nosso equilíbrio interior, a nossa paz emocional, a vida é muito para ser insignificante! Não pudemos deixar que nos destruam aquilo que temos de mais precioso, a nossa passagem pelo mundo!
Bibliografia:
http://crystalidades.blogspot.com/2008/01/violncia-domstica.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia_dom%C3%A9stica
http://www.dgsaude.pt/upload/membro.id/ficheiros/i006141.pdf
http://dn.sapo.pt/2007/03/29/sociedade/violencia_domestica_aumentou_30_2006.html
http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=4AFFCB468EA53CA8E04400144F16FAAE&opsel=2&channelid=0
MONTEIRO Manuela Matos, FERREIRA Pedro Tavares, 1ª parte Psicologia B 12º ano, Porto Editora
MONTEIRO Manuela Matos, FERREIRA Pedro Tavares, 2ª parte Psicologia B 12º ano, Porto Editora
ABRUNHOSA Maria Antónia, LEITÃO Miguel, Psicologia B 12º ano, Edições ASA
domingo, 1 de junho de 2008
Violência conjugal
Publicada por DM à(s) 11:53
Autores 12.º B Sónia Vieira
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